A mulher que entrou exalava uma beleza serena e imponente, marcada pelos cabelos grisalhos cuidadosamente presos em um coque baixo, e pelo porte altivo de quem já enfrentou tempestades e saiu de pé. Seus olhos — de um azul profundo, como o mar visto do alto de um penhasco — cruzaram o olhar de Evelyn. Por um instante, permaneceram indecifráveis, como guardando segredos antigos. Então, suavizaram, revelando algo que só o tempo e a experiência poderiam ensinar.
— Senhora Ashbourne — disse ela, a voz firme, mas não hostil. — Eu sou a rainha Amélia Aurélia de Montverre. Evelyn inclinou levemente a cabeça, uma reverência contida.
— Obrigada por me receber, rainha.
Amélia assentiu, e seus olhos recaíram por um breve momento sobre Reginald.
— Lorde Reginald Ashbourne. O sobrenome carrega peso por aqui, mesmo depois de tantos anos. Sejam bem-vindos.
— É uma honra estar aqui — respondeu Reginald, sempre diplomático.
Amélia fez um gesto com a mão, convidando-os a sentar-se no