O silêncio na biblioteca da mansão Ashbourne era denso como mármore. O velho relógio na parede marcava cada segundo com batidas secas e impiedosas. Henry, sentado confortavelmente, esperava. Sabia que Reginald viria em busca de respostas sobre a paternidade de Donovan. E ele veio — fechando a porta com um estalo firme, os olhos cortantes como navalhas.
Reginald parou, observando o irmão. Notou como Henry envelhecera nas últimas semanas: os cabelos mais grisalhos, as linhas fundas no rosto. Sem pedir licença, serviu-se de uma dose de uísque e virou-se para ele.
— Você sabia — disse Reginald, a voz carregada de veneno contido. — Todos esses anos, sustentando essa mentira.
Henry ergueu uma sobrancelha, indiferente. — Esse assunto pertence à minha família. Eu protegeria nossa honra, custasse o que custasse — respondeu, girando lentamente o anel no dedo.
Reginald cerrou os punhos.
— Para todos... ou apenas para você? — cuspiu as palavras. — Você soube muito bem esconder esse segredo. Pois,