A rotina retomou seu ritmo costumeiro, mas para Rafael e Elisa, nada mais parecia igual. A cada manhã em que acordavam separados, sentiam a ausência do outro como uma dor silenciosa, quase física. A cada noite que encerravam sem um beijo de boa noite, a saudade consumia cada célula de seus corpos.
Eles haviam se acostumado — ou melhor, se viciado — à presença um do outro. Uma simples troca de olhares durante o expediente, uma mensagem carinhosa no meio do dia, ou uma ligação rápida entre reuniões era suficiente para reacender toda aquela ânsia de estar junto. Mas, por mais que se amassem, por mais que o desejo de partilhar a vida fosse evidente nos olhos de Rafael, havia algo que impedia Elisa de dar o próximo passo.
Os encontros eram quase diários. Após o trabalho, eles se encontravam para jantar, para caminhar de mãos dadas sob as luzes da cidade, ou simplesmente para ficar abraçados no sofá da casa de Rafael, conversando sobre tudo e nada. E, mesmo quando estavam exaustos, mesmo