Capítulo 9

Capítulo 9

Enya

Eu ainda tava mal.

O corpo todo tremia, como se a febre tivesse voltado junto com o enjoo. Eu me sentia vazia e cheia de medo ao mesmo tempo.

A visita da Nádia e do porco do marido dela tinha deixado um gosto amargo na boca. Eles tinham trazido o remédio — e eu sabia muito bem o que aquilo significava.

Eu tava sentada no sofá, a cabeça baixa, a mão segurando a barriga como se fosse a única coisa que me mantinha no lugar.

A Bruna andava de um lado pro outro, o salto batendo no chão como um martelo.

— Eu vou achar aquele cara — ela falou, a voz firme. — Nem que eu tenha que virar o campus de cabeça pra baixo.

Eu respirei fundo, tentando não vomitar de novo.

— Você é doida, é bem capaz disso mesmo — falei, a voz saindo arrastada, meio zonza.

Ela parou, me olhando com aquele olhar que eu já conhecia — como se eu fosse a coisa mais frágil e, ao mesmo tempo, a mais importante do mundo.

— Três dias — eu sussurrei, mais pra mim mesma do que pra ela. — Eu tenho três dias pra re
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