Nádia
Então a Enya estava morando em uma pensão...
Fiquei pensando nisso enquanto terminava de limpar a cozinha. Não podia pedir o telefone da senhora que veio até aqui — era arriscado demais. Meu celular com certeza estava sendo monitorado. Conheço o Rômulo. Ele sempre quer saber onde estou, com quem falo… e por quê.
Mas a visita dela... algo ali me deixou em alerta.
Perguntou o que ele fazia. Quando respondi, empalideceu. Disfarçou rápido, mas eu vi. Saiu apressada, nem esperou o café esfriar. Isso queria dizer alguma coisa. Ela o conhecia. Talvez... bem mais do que deixou transparecer.
E se ela voltar?
E se ele descobrir?
E se tudo isso recair sobre mim… ou pior, sobre a Enya?
Suspirei e fui até o quarto. Abri o fundo falso da gaveta da cômoda — um esconderijo improvisado que montei depois de levar meu primeiro tapa. O pendrive estava ali, exatamente onde eu deixei. Intacto.
Era pequeno, mas pesava como chumbo.
Ali dentro tinha provas contra o Monteverde. Talvez contra o próprio Rô