Rômulo
Aquela imagem me atormentaria até quando? Não sei. Cheguei em casa quase a tempo de ir trabalhar. Nádia dormia pesado. Apenas troquei de roupa, vesti a farda e fui pra delegacia, levando uma pasta com os materiais que Herrera me dera. Eu tinha muita coisa pra estudar e pensar no que fazer.
Guardei o carro na vaga, entrei na minha sala. Vazia. O encarregado de fazer a ronda naquela madrugada devia estar no banheiro ou fumando. Cambada de vadios... sentei em frente à carroça velha que eu chamava de computador, apertei o botão e ouvi o som do cooler pesado começando a se aquecer.
As fotos, contratos, notas — tudo estava ali. Mas o pendrive com os vídeos? Nada. Tentei repassar os últimos acontecimentos. Quando Herrera me mostrou o cartão de memória com o conteúdo original, eu pedi pra ficar com ele, mas, negou. Disse que era a única cópia. Então, com um cabo OTG, conectei o cartão ao celular dele e transferi o material para o pendrive onde já estava o vídeo do Monteverde ameaçando