EnyaEu acordei devagar, o barulho dos carros na rua parecendo distante, como se viesse debaixo d’água. A cabeça latejava, o gosto amargo na boca me lembrava que o mundo ainda existia.Quando abri os olhos, a primeira coisa que vi foram os dois ali: Bruna, de braços cruzados, e ele… parado perto da porta, como se já estivesse pronto pra sair.O rosto dele parecia meio embaçado, mas o toque não. Aquele toque firme no meu braço, a voz que me chamou de volta. Eu não lembrava de tudo da noite daquela festa — só de pedaços, como fotos velhas espalhadas pelo chão. Mas o jeito que ele me segurou agora, era o mesmo.Eu fiquei ali, tentando sentar, a respiração curta.Ele percebeu que eu tinha acordado e soltou um suspiro.— Bom… já que tá tudo bem, vou embora — ele disse, sem olhar muito pra mim.A Bruna se virou pra ele, como quem só agora se dava conta de quem era.— Calma, como assim “vou embora”? Você nem se apresentou, caralho — ela falou, meio debochada.Mas ele já tinha dado as costas,
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