Maria Eduarda
Onde já se viu, velho babaca! Teve a cara de pau de voltar aqui...
Quando vi aquele homem cruzando a porta da pensão, a primeira coisa que me bateu foi surpresa. Um susto seco, na lata. Depois veio a lembrança: o fora que eu dei com gosto. Ainda tinha a história do Érico ter achado por quase toda a vida que era filho dele. Dizem que até se sentiu aliviado ao descobrir que não era. E agora, o sujeito me aparece?
Eu tava limpando a sala, num ritmo bom, até leve. Trabalhar ali na pensão me fazia bem, me dava rotina. Mas foi só ele me lançar aquele olhar, que o sangue ferveu. Raiva na veia. E, pra meu desgosto... um troço a mais. Algo que eu preferia não pensar. Não ali. Não agora.
Nem morta. Fora de cogitação.
— O que tá fazendo aqui? Eu já não disse que não queria mais lhe ver?
Ele teve a audácia de sorrir. E ainda me solta:
— Calma, minha flor do Nordeste...
Ah, pronto.
Quando ele disse aquilo, meu sangue pernambucano borbulhou que nem panela de feijoada esquecida no fog