Rômulo
Pelo que o Herrera tinha falado, o pendrive era só a ponta do iceberg. Tinha muito mais de onde aquilo saiu, mas eu sabia que ele não entregaria tudo de uma vez. Fui pesquisar os nomes que constavam naqueles contratos e descobri que muitos já estavam mortos. O tal promotor — aquele que todo mundo jurava ser santo — tinha uma fazenda. Eu precisava entender pra que servia aquele lugar. Cada pasta que eu abria deixava o esgoto mais exposto.
Dentre as fotos das pessoas desaparecidas, uma me chamou a atenção. Eu já tinha visto aquela loira saindo do flat particular do Monteverde, onde ele costumava fazer suas festinhas. Se ela sumiu, com certeza sabia demais.
Revirei os contatos salvos no pendrive e lá estava: João do Peixe.
Eu não era burro. Sabia muito bem o que aquele nome queria dizer. Se o Monteverde achava que ia me dobrar, estava redondamente enganado. Eu já tinha escolhido meu lado — e definitivamente não era o dele.
Fechei tudo e fui pra casa.
Nádia, como sempre, estava lá.