Nádia
Bem que dizem que não se deve julgar um livro pela capa. No meu caso, foi o contrário. Às vezes, uma capa feia esconde um livro incrível, mas comigo foi o oposto.
Rômulo era bonito. Um dos veteranos mais arrumados da faculdade de Direito. Quando o conheci, era romântico, sensível — tudo que uma mulher podia querer. Nos vimos num evento. Eu ainda no começo da faculdade, ele prestes a se formar. Dançamos quase a noite toda, trocamos telefones, e ele me levou pra casa.
Na época, eu morava com a Enya na casa que nossa mãe nos deixou. Ela tinha 15 anos, eu 22.
Do namoro ao casamento foi menos de um ano. Se eu soubesse o que me esperava, teria deixado passar.
Na lua de mel ele já começou a mostrar as rachaduras. Fomos a uma praia. Estava calor, coloquei um vestido de alça, na altura do joelho — e ele achou curto. Quando expliquei que estávamos na praia, que eu estava de biquíni por baixo e ninguém ia ligar, o olhar que ele me lançou me assustou. Me arrependi na hora.
Discutimos. Ele n