Érico
Não fui pra faculdade no dia seguinte. Nem vontade eu tinha. Fiquei largado no sofá, encarando o teto como se alguma resposta fosse cair dali. A cabeça uma confusão só. Tanta coisa pra pensar… e talvez fosse por isso mesmo que eu estivesse assim: travado.
E agora? Como eu ia fazer com meu filho a caminho? Como contar pra Enya? Sabia que minha mãe nunca ia me deixar passar necessidade, mas não era justo. Eu já era homem feito. Tinha que, no mínimo, sustentar a minha família com o próprio esforço. De forma honesta. Não pisando nos outros como o crápula que me pôs no mundo.
Mordi os lábios de raiva. Será que esse nome não ia me deixar em paz nunca?
O sangue ferveu. Eu precisava fazer alguma coisa. Nem que fosse encarar ele de frente.
Levantei de um pulo, vesti a primeira roupa que achei e desci. Quando cheguei na portaria, o porteiro me chamou:
— Seu Érico… chegou isso aqui pra você.
Peguei o envelope, abri ali mesmo.
Ordem de despejo. Três dias pra desocupar o apartamento.
Dei uma