Capítulo 33

Maria Eduarda

Disseram que sair da minha cidadezinha pra tentar a vida numa capital seria difícil. Eu sabia. Mas precisava. Tinha que dar uma vida melhor pra minha família.

Painho morreu quando eu tinha 15 anos, deixando mainha sozinha comigo e mais três irmãos: João, com 12; Francisco, com 8; e Gabriel, com apenas 4.

Como a mais velha, sobrou pra mim segurar as pontas. Ajudava mainha a vender os doces que ela fazia, costurava pra fora, pegava qualquer bico que aparecesse.

Quando minha prima Isaura mandou mensagem dizendo que tinha conseguido um emprego de babá na capital, a esperança reacendeu. "Minha chance", pensei. Mal sabia o que me esperava.

No dia em que contei pra mainha que ia embora, os olhos dela se encheram de lágrima.

— Tu vai mesmo, Duda? — ela perguntou, a voz embargada.

— Vou, mãe. Se Isa conseguiu, eu também consigo.

Ela me abraçou forte.

— Deus lhe acompanhe, minha filha…

Na despedida foi uma choradeira só. Meus irmãos me cercaram na porta, cada um querendo o último
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