Monteverde
Eu estava no escritório quando o telefone tocou. Número internacional. Herrera. Era esse o nome que ele usava.
— Señor, revisei a ficha da tal Enya. Nada. Limpa. Como água de fonte.
— E o cunhado dela?
— Rómulo Medeiros, delegado. Aparece em alguns cruzamentos... não é santo. Mas nada contra a garota.
Sorri de canto.
— O Rômulo? Esse eu calo com um trocado. Interesseiro. Seria capaz de vender a própria irmã.
— Entonces, ¿qué hacemos?
— Espera. Aguarde minhas ordens.
Desliguei.
Na sequência, liguei pro Aurélio.
— Chefe?
— A tal Enya é limpa. Irritantemente limpa. Vamos deixar a Laís tentar o que puder com o idiota do meu filho.
— Senhor… ela é passional. Pode se perder.
— Eu controlo a Laís com um telefonema. O pai dela me deve — e sabe que favor comigo tem juros.
— Entendido.
— Se precisar, armamos um escândalo. Um flagra, um boato. Todo mundo tem um ponto fraco. E eu sei onde mirar.
Peguei mais um copo. Sentei. A bebida já não fazia o mesmo efeito. Liguei o som.
Rolei pela