Laís
Eu conheço o Érico desde que ele era só um moleque magrelo, andando de cabeça baixa pelos corredores da Monteverde Construtora.
Meu pai sempre fez questão de lembrar que o velho Monteverde e ele eram sócios — amigos de negócios, como ele gostava de dizer, mas eu sempre entendi que tinha sujeira no meio. E eu… fui treinada pra me aproximar do Érico.
Ele era o peão mais fácil de usar.
O velho Monteverde tinha aquela mania de me ver como a bonequinha perfeita: “Aproveita o que a vida te deu, minha querida. Esses olhos, essa pele… são armas.”
Aprendi cedo a transformar meu corpo num campo de batalha.
O Érico não tinha a mesma alma suja do pai, mas isso não me impedia de jogar o meu jogo.
No fundo, todo homem se derrete quando eu decido sorrir.
No começo, ele tentava segurar a pose, com aquele olhar de quem quer dizer “não”.
Mas a carne sempre fala mais alto.
E eu sou feita de carne, de curvas e de olhos que dizem o que precisa ser dito.
Minhas mãos desciam pelo peito dele, e a respir