A manhã seguinte não trouxe alívio.
Trouxe silêncio.
E silêncio, para Ashiley, nunca foi paz.
Foi aviso.
Ela desceu as escadas devagar, sentindo a casa nova diferente do dia anterior.
Mais pesada.
Mais tensa.
Como se pressentisse o que estava prestes a acontecer.
Gustavo estava na cozinha, camisa branca, mangas dobradas, café pela metade — não porque estivesse bebendo, mas porque estava pensando.
Ela reconhecia aquele tipo de silêncio dele.
Silêncio de alguém que está prestes a agir.
— Dormiu? — ele perguntou, sem tirar os olhos da tela do celular.
— Pouco.
E você?
— Nada útil.
Ele guardou o telefone e caminhou até ela.
— Temos a primeira pista concreta — disse. — E não vai gostar.
O coração dela bateu forte.
— Quem foi?
— A equipe de segurança identificou uma movimentação estranha no sistema interno da mansão — explicou ele. — Alguém usou uma senha antiga. Uma senha que não deveria funcionar.
Ashiley cruzou os braços.
— Quem tinha essa senha?
Gustavo demorou um segundo antes de respo