A manhã começou estranha, carregada, como se o ar soubesse de algo que eles ainda não sabiam.
Gustavo estava na sala de reuniões quando Ashiley desceu. Ele falava no telefone, sério, com uma postura alerta demais para um começo de dia.
Quando a viu, desligou imediatamente.
— Precisamos conversar.
Os dedos dela se fecharam instintivamente.
— O que aconteceu agora?
Ele respirou fundo.
— Não aqui.
Levantou, fez sinal para Marina, e os três foram para o escritório dele — uma sala isolada, com paredes acústicas e apenas uma janela estreita.
Quando a porta fechou, Gustavo encarou Ashiley.
— Tem alguém tentando acessar informações sobre você.
Ela gelou.
— Informações… como?
Marina abriu o tablet.
— Dados pessoais, localização, mudança de endereço, rotina, registros internos… — ela explicou. — Tentaram três vezes entre ontem à noite e hoje de manhã.
— Quem? — Ashiley perguntou, a voz firme, apesar do coração acelerado.
— Estamos rastreando — respondeu Gustavo. — Mas já sei que não é imprensa.