Ele a humilhou. Ela morreu… aos olhos do mundo. Ema Castro tinha tudo: nome, fortuna e um coração ingênuo o suficiente para amar Ethan Sanchez, o CEO arrogante que confundiu paixão com traição. Acusada de se aproximar por interesse, ela aguentou cada palavra cruel. Até sumir. E deixar para trás um corpo que todos acreditaram ser o dela. Cinco anos depois, Ema retorna sob um novo nome, um novo rosto e uma nova intenção: fazer Ethan sentir na pele o gosto do desprezo que a consumiu. Mas o destino, traiçoeiro, ainda os conecta por fios invisíveis — e antigos segredos entre suas famílias estão prestes a vir à tona. Ele não sabe quem ela é. Ela nunca o esqueceu. E nessa dança de mentiras, vingança e desejo... alguém vai se queimar.
Leer másEma Lina sempre acreditou que o amor podia curar. Que com paciência, presença e carinho, qualquer coração poderia ser amolecido. Mas o dela, aos 23 anos, já carregava mais cicatrizes do que esperanças. E todas tinham o mesmo nome: Ethan Sanchez.
Ethan era o tipo de homem que fazia a cidade parar quando entrava em um ambiente. CEO da Sanchez Corp, a gigante de tecnologia de Mali Beach, era admirado por investidores, temido pelos concorrentes e desejado por metade da elite feminina. Tinha tudo — menos maturidade para lidar com os próprios sentimentos. Quando conheceu Ema, ele foi atraído pelo mistério dela. Simples, inteligente, encantadora. Mas, por trás do interesse, havia uma desconfiança insidiosa alimentada por mentiras e aparências: Ethan acreditava que Ema se aproximara por interesse. E isso o destruía por dentro. Amá-la o deixava vulnerável. E ele odiava se sentir assim. Então, reagia da pior forma. — Você é boa em fingir, sabia? — ele dizia com um sorriso frio, enquanto ela tentava entender o que tinha feito de errado. — Do que está falando agora, Ethan? — ela perguntava, esgotada, mas ainda esperançosa. — Não se faça de inocente. Deve estar adorando viver como a "namorada do CEO". Quem diria que uma simples Lina conseguiria chegar tão longe? O sobrenome Lina era o que ela usava desde sempre. O nome Castro era um segredo guardado a sete chaves pela própria família. Ela era herdeira do império do petróleo da cidade de Revieras, mas ninguém — nem mesmo Ethan — sabia disso. Nem os jornais, nem os curiosos de plantão. Sua mãe, Gisele, sempre achou que o anonimato a protegeria. E estava certa. Ao lado dele, Ema não vivia. Sobrevivia. Cada dia era um teste. Cada beijo, um adeus disfarçado. Cada abraço, um pedido de socorro calado. Ela suportou tudo por amor. Até o dia em que entendeu que amar alguém não significava permitir ser humilhada. Foi depois de mais uma discussão — em que Ethan insinuou que ela dormia com ele por status — que a decisão foi tomada. Ema não chorou. Não gritou. Apenas olhou para ele com um vazio tão profundo nos olhos que até ele pareceu estremecer. Naquela noite, ela pegou seu celular e ligou para a única pessoa que sabia de tudo: Lisa Sato, sua melhor amiga. — Está pronta? — Lisa perguntou, séria. — Estou. Vamos sumir com a Ema que ele conheceu. O plano havia sido traçado meses antes, quando Ema começou a perceber que Ethan não mudaria. Lisa ajudaria com os contatos. A família de Ema manteria o segredo. O mundo acreditaria que ela havia morrido em um trágico acidente de carro em uma estrada costeira. Sem corpo. Sem velório público. Apenas um comunicado breve nos jornais locais. No dia seguinte, Ema saiu do apartamento de Ethan antes do nascer do sol. Levava apenas uma mala pequena e um passaporte novo. Ela observou a cidade de Mali Beach pela janela do carro, como quem se despedia de um cativeiro. Cada prédio era uma lembrança amarga. Cada avenida, um caminho que ela percorreu acreditando que poderia ser feliz. No aeroporto, antes de embarcar, ela mandou uma última mensagem para Lisa: “Não olhe para trás.” E não olhou. Enquanto isso, Ethan acordava em uma cama vazia. Mais uma noite em que a havia magoado. Mais uma vez em que não pediu desculpas. Ligou para ela. Caiu direto na caixa postal. Horas depois, a notícia estourou: Ema Lina estava morta. O carro dela foi encontrado destruído em uma encosta. Os bombeiros localizaram pertences, roupas ensanguentadas e o celular, mas não o corpo. O choque o paralisou. A culpa o rasgou por dentro como navalhas. Ele tentou ligar de novo. E de novo. Depois tentou Lisa. Nada. Todas as portas se fecharam. Pela primeira vez, Ethan Sanchez sentiu algo que dinheiro algum podia aliviar: arrependimento. Ele chorou. Sozinho, sem câmeras. Chorou como um menino que perdeu a única coisa que fazia sentido em seu mundo frio e previsível. Mas já era tarde demais. Ou ao menos... ele pensava que era.O início da semana trouxe mais que reuniões e metas. Trouxe também uma viagem inesperada.Um dos projetos de integração entre a Castro & Castro e a Sanchez Corp estava enfrentando complicações em uma das unidades de produção, localizada em uma cidade costeira a duas horas de Mali Beach. E, por infeliz coincidência — ou intencionalidade maliciosa de Miguel e Lucca — a responsabilidade caiu diretamente sobre Ema e Ethan.— Uma visita técnica. Coisa rápida — disse Lucca, com cara de anjo. — Mas precisa de alguém da direção. E, bom... vocês dois são os chefes.Ethan lançou um olhar desconfiado. Ema cruzou os braços.— Não tinha ninguém mais... técnico disponível?— A mídia está em cima. Investidores também. Mostrar que vocês estão juntos, resolvendo as questões, passa a imagem de força e alinhamento — explicou Joice, com seu habitual tom profissional.— Ótimo — respondeu Ema, seca.— Vai ser divertido — completou Miguel, piscando. — Ou, no mínimo... explosivo.---O carro os levou até o p
A mão de Ethan ainda segurava a de Ema com uma firmeza controlada, e o salão do museu parecia sumir ao redor deles. As vozes e luzes se tornaram um pano de fundo difuso enquanto ele a conduzia por entre as obras, em direção a uma sala lateral mais tranquila, onde uma instalação artística chamava atenção apenas pela sua simplicidade: uma única escultura de mármore branco, com traços suaves de um casal prestes a se tocar, os dedos estendidos quase se encontrando, mas não o suficiente.— Essa é sua favorita? — Ema perguntou, parando diante da peça. — Esperava algo mais... explosivo.— É. Porque tem tudo o que não conseguimos ser... — Ethan disse, com o tom mais baixo que já havia usado naquela noite. — A escultura representa o instante antes do toque. A expectativa. O não dito. É sobre timing... e o medo de quebrar o momento certo.Ema prendeu a respiração por um segundo, apenas o suficiente para se lembrar de que estava ali com ele. Ethan. O homem que partira seu coração. O mesmo que ag
O fim de semana chegou trazendo uma brisa suave e um céu quase límpido, como se o universo quisesse equilibrar os ânimos que ainda vibravam entre Ema e Ethan após os últimos acontecimentos. A cidade de Mali Beach parecia pulsar mais lentamente naquele sábado, e Ema decidiu que precisava de ar, de leveza... de distração.Joice, sempre atenta, preparou o carro com antecedência.— Vai sair sozinha? — perguntou a assistente com o tom cuidadoso de sempre.— Só vou caminhar um pouco. Talvez parar em algum café. Preciso pensar em silêncio... ou com alguma música — respondeu Ema, sorrindo com suavidade.Joice assentiu, sem contestar. Sabia que Ema não era do tipo imprudente. E, além disso, tinha rastreamento e reforço de segurança.Ema caminhou pelas ruas de Mali Beach como se fosse apenas mais uma moradora comum. Óculos escuros, vestido leve, um coque improvisado. Parou em uma cafeteria charmosa próxima ao calçadão e pediu um cappuccino. Sentou-se na parte externa, observando o mar ao longe
O salão nobre do Grand Royale Hotel em Mali Beach estava mais iluminado do que nunca. Lustres de cristal pendiam do teto abobadado, refletores suaves banhavam o ambiente em tons dourados, e uma orquestra ao fundo tocava jazz moderno com suavidade. Era o evento beneficente anual da Associação Empresarial Internacional, e como esperado, Ema e Ethan estavam entre os convidados de honra.Ela trajava um vestido vinho justo ao corpo, com fenda lateral e costas nuas, o cabelo preso num coque despojado e brincos longos que balçavam suavemente a cada passo. Ethan, impecável em um terno preto sob medida, a conduziu pelo salão como se ela fosse sua única prioridade naquela noite.Havia sido uma semana cansativa de negociações e relatórios, e ambos pareciam desfrutar da leveza daquele momento. Eles riam de algo dito por Miguel, que os acompanhava com um drinque em mãos, quando a atmosfera mudou.— Ethan! — A voz feminina, melosa e familiar demais para ser ignorada, surgiu como uma brisa tensa atr
Os dias seguintes se desenrolaram com uma cadência diferente, mais suave. Como se o universo, de alguma forma, tivesse diminuído o volume das exigências para permitir que algo mais delicado florescesse. Ethan não forçava palavras. Ema não erguia mais tantas barreiras. E entre eles, o silêncio se tornava menos uma defesa e mais uma ponte.Na sede da empresa, os corredores já sussurravam mais do que diziam. Sorrisos discretos surgiam nos rostos de alguns funcionários ao ver os dois cruzarem juntos o saguão, lado a lado, como se os anos de tensão tivessem sido apenas um prelúdio mal interpretado.Joice notava tudo, claro. Sem se intrometer. Mas com os olhos atentos de quem protege Ema como uma sombra fiel. Já Lucca… ele era menos discreto.— Você já pensou em sorrir menos, chefe? — disse ele, em tom leve, ao ver Ethan quase tropeçar de tão distraído, observando Ema de longe enquanto ela conversava com Caio D’Ávila na recepção.— Não começa, Lucca — resmungou Ethan, ajustando o colarinho
O domingo amanheceu com um céu preguiçoso, entre o azul e o cinza, e uma brisa morna que passeava pela orla de Mali Beach como quem não tinha pressa de nada. Ema despertou mais tarde do que o habitual. O evento da noite anterior havia sido intenso — pelas câmeras, pelos discursos, pelos olhares trocados. Mas, principalmente, por tudo o que ela não disse.Joice havia lhe deixado um bilhete discreto sobre a agenda do dia: “Nenhum compromisso. Apenas descansar.” E era isso que Ema pretendia fazer — ou pelo menos tentar.Vestiu um conjunto leve de linho cru, amarrou o cabelo em um coque alto despretensioso e pegou o livro que há dias repousava intocado sobre a mesa. Decidiu caminhar até uma das praias mais tranquilas da região, longe dos restaurantes badalados e dos olhares curiosos.Escolheu uma espreguiçadeira à sombra de um guarda-sol discreto, tirou as sandálias, afundou os pés na areia e abriu o livro.Mas ela leu apenas três linhas.Uma sombra cobriu parte da página. Ela ergueu os o
Último capítulo