O avião pousou em Revieras sob o manto suave do entardecer. O céu estava salpicado de tons dourados e azul-acinzentados, como se o mundo inteiro estivesse em suspenso, prestando atenção ao recomeço silencioso de uma mulher que todos acreditavam morta.Ema desceu com passos firmes, mas o coração acelerado. Sua vida anterior tinha ficado para trás, no calor sufocante de Mali Beach. Lá, ela foi Ema Lina. Lá, ela foi humilhada, desacreditada, destruída por um homem que dizia amá-la.Agora, renascia.No saguão do pequeno aeroporto privado, sua mãe, Gisele Castro, a esperava. Elegante como sempre, de postura impecável e olhos úmidos, ela abriu os braços assim que a viu.— Minha menina… — sussurrou Gisele, apertando Ema contra o peito com uma força quase desesperada.— Eu estou bem, mãe — murmurou Ema, mesmo sabendo que era uma meia-verdade.Logo atrás, o pai, Antônio Castro, observava em silêncio. Alto, imponente, com o olhar grave de quem sabe que perdeu anos preciosos ao manter a filha lo
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