A notícia da denúncia correu rápido e logo a cidade inteira parecia falar da Casa Raízes. Uns defendiam, outros atacavam, muitos preferiam apenas observar à distância, esperando para ver se o projeto sobreviveria ou cairia como tantos outros que nasceram com força e se perderam no meio do caminho. Clara, no entanto, sabia que não havia como recuar. A prefeitura convocara uma audiência pública para decidir se a Casa poderia continuar funcionando no casarão ou se seria obrigada a encerrar as atividades.

Na manhã da audiência, o salão da câmara municipal estava lotado. Clara chegou acompanhada de Júlia, Miguel e algumas voluntárias. Luana insistira em ir também, e atrás dela vinham Mariana e Bianca, as adolescentes que agora caminhavam como se o peso da própria voz começasse a ter forma. As mulheres mais velhas também estavam presentes, algumas com filhos pequenos nos braços, todas carregando no olhar uma mistura de medo e firmeza.

Os representantes da prefeitura e do conselho tutelar es