Felipe Diniz
O desejo é um veneno. Quanto mais se tenta ignorá-lo, mais ele se infiltra, corrói e domina. E Helena já não era apenas desejo. Ela era necessidade. Desde que entrei na sala de reuniões e fechei a porta atrás de nós, não pensei em relatórios, contratos ou negócios. Nada importava além dela. Helena, de pé diante de mim, com o olhar dividido entre medo e entrega, parecia uma presa encurralada… e ao mesmo tempo, pronta para ser devorada.
Ela disse meu nome.
“Felipe.”
A palavra saiu dos lábios dela como um suspiro, e naquele instante soube: não havia mais volta.
Aproximei-me devagar, como um predador que saboreia o momento antes do ataque. Meu olhar percorreu cada detalhe — a curva do pescoço, os lábios entreabertos e o rubor subindo pelas bochechas. O corpo dela falava comigo em silêncio, implorava pelo toque que ela mesma não ousava pedir.
— Você sabe o que está acontecendo aqui, Helena? — murmurei, minha voz baixa, carregada de promessa.
Ela estremeceu, mas não respondeu.