Felipe
A imagem dela no centro daquela sala me atravessa como uma bala. Helena encurralada entre mim e Adrian. E tudo o que eu sinto — antes da raiva, antes do medo, antes da lógica — é o instinto mais primitivo que existe: Proteger. Entro na sala com a respiração em brasa, o coração tentando sair pelo peito. Minha visão se afunila. Só vejo dois pontos fixos: Helena e Adrian. E o espaço maldito entre eles.
— Sai daí, Helena. — minha voz não é um pedido. É uma ordem.
Ela me olha com um choque silencioso, como se não soubesse onde deve ficar. Ou como se tivesse acabado de perceber que, não importa para onde se mova, alguém vai se machucar.
Adrian nem se mexe.
Ele apenas sorri.
— Chegou rápido demais, Felipe. Confesso que esperava mais dificuldade. — Ele inclina a cabeça. — Mas claro… quando se trata da sua fraqueza, você sempre corre.
Meu maxilar trava.
— Dê mais um passo e descobriremos quem é fraco aqui. — respondo.
— Oh, eu já sei. — Adrian abre os braços, teatral. — É você. Sempre