Helena
O ar dentro da sala parecia mais pesado do que eu podia suportar. As paredes se fechavam sobre mim, sufocantes, enquanto o olhar de Felipe me queimava como uma corrente invisível que não me deixava escapar.
Lucas estava atrás de mim, silencioso. Eu podia sentir a respiração dele, o jeito como ele se mantinha firme, como se não tivesse medo. Mas eu sabia. Conhecia cada nuance do meu irmão. Sabia que, mesmo rindo por fora, por dentro ele estava em pedaços.
E Felipe…
Felipe não via pedaços.
Ele só via inimigos.
— Felipe, por favor… — tentei outra vez, a voz falhando. — Ele é meu irmão. Você não pode tratá-lo como se fosse…
— Um rival? — ele completou, a voz baixa, firme, como uma faca deslizando pela pele. — Porque é exatamente isso que ele é.
Fechei os olhos por um instante, buscando forças.
Eu queria gritar, dizer que não, que Lucas não era ameaça nenhuma. Mas minha mente traiçoeira me lembrava do sorriso dele quando me viu entrar. O mesmo sorriso irônico que Felipe tinha captad