Os dias no hospital se arrastaram como uma eternidade de dor e silêncio quebrado apenas pelos sussurros dos médicos e o bip incessante das máquinas. Cada hora era um lembrete cruel do vazio no meu ventre, da vida que fora arrancada de mim.
Finalmente, os médicos me liberaram, dizendo que eu estava "estável o suficiente" para ir para casa.
Estável. Como se algo em mim pudesse ser estável depois disso.
Min-ho me ajudou a vestir as roupas que Lisa trouxera: uma calça folgada e uma blusa velha, nada que apertasse a barriga que agora parecia uma ferida aberta, latejante e vazia. Meu pai carregava a bolsa com os remédios, os olhos baixos, como se carregasse o peso do mundo inteiro nos ombros encolhidos. Lisa caminhava ao meu lado, o braço enlaçado no meu, tentando me apoiar sem dizer uma palavra que pudesse quebrar o frágil equilíbrio que eu mal conseguia manter.
— Cuidado com o degrau, Mi-Suk — murmurou Lisa, a voz baixa e trêmula, como se ela própria estivesse prestes a desabar.
Eu assent