O sol ainda estava tímido quando acordei, os primeiros raios atravessando a cortina do quarto do meu pai. Meu corpo estava pesado, mas minha mente acelerada não me deixava dormir mais. Cada pensamento parecia girar em torno de Benjamin, do que aconteceu, e do que eu precisava fazer: colocar um ponto final definitivo naquele capítulo da minha vida.
Levantei da cama devagar, sentindo a tensão nos ombros. Caminhei até o banheiro e encarei meu reflexo no espelho. Meu cabelo estava despenteado, os olhos inchados de sono, mas havia algo diferente em mim. Um fogo silencioso, uma determinação que eu não sentia há meses.
Enquanto escovava os dentes, comecei a organizar mentalmente o que diria. “Sem gritos. Sem lágrimas. Sem permitir que ele te manipule de novo.” Eu precisava me manter firme.
No chuveiro, deixei a água quente escorrer sobre meus ombros, tentando lavar os pensamentos que me consumiam. Mas, paradoxalmente, cada gota parecia lembrar-me de Benjamin, da maneira como ele ainda mexia