O cheiro familiar de carvão queimando e carne assando no quintal chegou até mim antes mesmo que eu estacionasse o carro por completo. A fumaça da churrasqueira parecia me puxar de volta para uma vida que, por mais que eu fingisse ter deixado para trás, ainda me esperava com o mesmo gosto agridoce; aquele misto de conforto e dor, como se o passado e o presente tivessem se misturado num instante só.
Ao olhar para a casa, senti um enorme aperto no peito. E engoli seco para não chorar, para não deixar que a emoção tomasse conta tão rápido, embora ela já estivesse me dominando por dentro.
Quando a porta se abriu, tio Vance estava lá, sorrindo como se o tempo não tivesse deixado nenhuma cicatriz em nós. Seus olhos brilhavam com a mesma luz de sempre, aquele brilho que eu guardava na memória dos dias em que era só criança e o mundo parecia mais simples.
Pulei em seus braços, e ele me girou no ar como fazia quando eu era pequena, arrancando de mim uma gargalhada leve, uma que eu mesma mal rec