Um mês depois, o céu cinzento parecia refletir o peso daquela nova etapa. No saguão do aeroporto, Lucca esperava com as mãos suadas no volante, o peito acelerado como se fosse encontrar uma versão esquecida de si mesmo. Quando viu Tomás correndo em sua direção, a mochila balançando nas costas e o sorriso aberto, o mundo silenciou por um instante.
— Pai! — o menino gritou, jogando-se nos braços de Lucca.
Aquela palavra — simples, mas carregada de tudo o que ele sonhara ouvir — o desarmou. Ele o apertou com força, como quem segura a chance de redenção entre os braços.
Helena desceu logo atrás, os olhos marejados. Ver os dois juntos era um alívio e um tormento. Ainda doía. Ainda assustava.
— Ele te ama — ela murmurou, ficando a alguns passos de distância. — Mesmo sem saber direito por quê.
Lucca virou-se para ela, emocionado.
— Porque é o que estava faltando. Em mim. Nele. Em tudo.
Amanda os esperava no escritório. O ambiente era moderno, elegante, com uma vista ampla da cidade através d