São Paulo|Brasil
Algumas semanas depois
São Paulo amanheceu coberto por uma neblina densa naquela manhã de sexta-feira, como se a cidade soubesse que algo importante estava prestes a acontecer. Mas, apesar do céu cinzento, Amanda sentia-se mais leve do que nunca. A Toscana ainda estava impregnada em sua pele — o perfume das flores, o gosto do vinho nos lábios de Lucca, o calor das mãos dele apertando as dela sob o pôr do sol.
Mas agora, o cenário era outro. Não havia campos dourados, nem bicicletas entre vinhedos. Havia concreto, aço e o peso do passado que exigia ser enfrentado.
O avião particular tocou o solo no Aeroporto de Congonhas com um leve solavanco, arrancando um suspiro discreto de Amanda. Lucca entrelaçou os dedos nos dela e a olhou, como se dissesse sem palavras: estamos juntos nisso. Ela respondeu com um leve aperto de mão. O tempo da fuga havia terminado. Agora era o momento de retomar o controle da própria narrativa.
No trajeto até o carro, Lucca parecia silencioso,