Capítulo 59
Luna
O céu estava cinza, mesmo com o sol alto. Uma bruma fina cobria a cidade como se soubesse o que estava por vir. Era uma tarde silenciosa demais. Chiara tinha me dito que, quando tudo parece calmo demais nesse mundo, é porque algo grande está prestes a explodir.
E ela estava certa.
O silêncio estava prestes a ser substituído por gritos, tiros e fumaça.
Estávamos em uma sala pequena, no subsolo da mansão, onde reuniões mais restritas aconteciam. Eu, Dante, Chiara e Rafael analisávamos os pontos de movimentação recentes de Rivas quando o telefone dele tocou. Dante atendeu de imediato, e em segundos seu rosto mudou.
Aquela expressão dura, fria, quase inabalável, se partiu em mil fragmentos de tensão. Ele não falou muito. Apenas escutou. Seus olhos, tão afiados, agora pareciam correr por pensamentos que só ele entendia. Quando desligou, ainda com o celular colado à mão, ergueu-se com a gravidade de quem sabia que o inferno tinha acabado de ser aberto.
— Recebemos um alerta