MAVI NARRANDO
Ela sabia? Sabia que as meninas não era minha ?
Não. Não podia saber.
— Você pode ter enganado o Vitório por um tempo… — continuou, os olhos frios cravados nos meus — …mas não a mim. Eu conheço esse jogo. E vou te arrancar daqui com as minhas próprias mãos, se for preciso.
Aurora sentiu a tensão e começou a chorar.
Antonella me abraçou com mais força.
E foi nesse momento que eu entendi: aquela mulher não estava apenas ameaçando a mim. Estava ameaçando o que restava do meu coração.
As meninas.
Minha respiração travou.
Mas minha voz… ela saiu. Fraca, mas firme.
— Dê mais um passo… e você vai descobrir do que eu sou feita.
O sorriso dela murchou por um instante.
Mas não foi embora.
— Está ameaçando? Uma pobre mulher sem nome, sem passado… sem nada?
— Não. Estou apenas avisando.
O olhar dela foi até Aurora. Um segundo a mais do que eu suportei.
Apertei a menina contra mim e caminhei em direção à porta.
— Pode sair agora — falei. — Esse cômodo é só nosso.