MAVI NARRANDO
A presença dele era um peso no ambiente. Um domínio silencioso que empurrava o ar contra a minha pele, mesmo quando ele não dizia nada. Mesmo quando não me tocava.
Mas ali, naquele instante, ele não só falava , ele me engolia.
— Você vai me odiar — ele disse, e o tom não era um aviso. Era uma sentença.
Minha garganta secou.
Dei um passo atrás, mas ele avançou dois.
Eu o conhecia o suficiente para saber que ele nunca agia sem controle. Que cada ação dele, mesmo as mais violentas, vinham de um lugar preciso. Calculado.
Só que agora…
Agora os olhos dele estavam perigosamente carregados de algo que beirava o descontrole.
Raiva?
Desejo?
Não. Era posse. Fria. Intensa. E ainda assim estranhamente contida.
Meus ombros tocaram a parede, mas eu não percebi o impacto. Só percebi o cheiro dele. O calor do corpo que se aproximava como uma tempestade.
— Que seja com a boca ocupada — ele completou, e antes que eu pudesse pensar, protestar ou sequer piscar… a