VITTORIO NARRANDO
Resolvi deixa pra tratar os problemas do imbecil assim que eu retorna a Rússia
Ainda era noite quando recebi outra ligação. O relógio marcava três da manhã e, mesmo assim, a secretária da empresa não ousaria interromper meu descanso se não fosse algo urgente.
— Senhor Vitório… — a voz dela tremia. — Precisamos do senhor na sede da empresa. Uma reunião de emergência foi convocada.
Fechei os olhos por um segundo, controlando o instinto de mandar que resolvessem sozinhos. Mas não, não nesse momento. A empresa era a fachada, a ponte que sustentava o que realmente importava. Se algo desmoronasse ali, a máfia sentiria o abalo.
Levantei-me do sofá do quarto do hotel, passei a mão pelo rosto e vesti o terno preto que estava pronto na cadeira. Minha arma já me aguardava no coldre, junto com o relógio caro que jamais usava por vaidade, mas sim como símbolo de poder.
A cidade estava adormecida, exceto pelos vultos que a noite sempre revela aqueles que, como eu, trabalham quan