Chegaram ao litoral no meio da manhã.
O céu era de um azul que parecia ter sido pintado no dia anterior, e o cheiro de sal invadia tudo com uma doçura inesperada.
A cidadezinha costeira tinha poucas ruas, quase todas de paralelepípedo.
Casas brancas com janelas coloridas, roupas secando ao vento e varandas com vasos de manjericão.
Mila olhou pela janela do carro e sentiu algo se expandir por dentro.
— É lindo demais. Parece inventado.
Blerim sorriu.
— Espera até ver a vista do nosso quarto.
— Nosso quarto?
— Reservei uma pousada pequena. Nada sofisticado. Mas o dono é amigo de um amigo — explicou. — E tem um quarto com varanda de frente pro mar.
Ela não disse nada.
Apenas pegou a mão dele por cima do câmbio e apertou, como quem agradece por mais do que consegue nomear.
A pousada era feita de pedra clara, com janelas abertas para o vento.
Uma senhora de cabelos brancos os recebeu com um sorriso largo e um colar de âmbar no pescoço.
— Vocês vieram ver o mar ou se ver nele? — perguntou,