O amanhecer trouxe uma brisa fria que entrou pela janela da cozinha, agitando as cortinas.
Mila acordou com a luz suave se espalhando pelo chão.
Por um instante, ficou ali, deitada, só sentindo a calma que chegava com o dia.
Quando se levantou, Blerim já estava encostado no batente da porta, com o cabelo bagunçado e um sorriso preguiçoso.
— Bom dia. — A voz dele soou baixa, ainda rouca de sono.
— Bom dia. — Ela se aproximou, encostando o rosto no peito dele. — Dormiu bem?
— Melhor do que em muitos anos.
Ela sorriu sem dizer nada.
Só ficou ali, abraçada, até sentir o peito aquecer.
Enquanto o café passava, ele abriu a sacola que trouxera no carro na noite anterior.
Tirou de dentro um mapa antigo, com marcas vermelhas nas estradas que cruzavam as montanhas.
— É aqui que eu quero te levar hoje — disse, apontando com o dedo. — Essa aldeia fica perto do desfiladeiro. Quase ninguém vai lá.
— Por que não?
— Porque não tem nada que chame atenção. — Ele ergueu o olhar, calmo. — Só silêncio. E