O pátio parecia outro quando o sol da manhã encostava nas pedras.
O musgo ganhava um tom verde intenso, quase luminoso, e o lago lá embaixo refletia um azul tão calmo que dava vontade de fechar os olhos e esquecer que o resto do mundo existia.
Mila arrumou o laptop sobre a mesa, ajeitou os papéis, encheu uma caneca grande de café e respirou fundo antes de começar.
Era ali que ela trabalhava agora.
Ali que respondia e-mails, revisava orçamentos, organizava contratos que pareciam de outra vida.
Tudo parecia menos pesado naquele espaço.
Quase como se aquela luz nova fosse capaz de empurrar a solidão para longe.
No meio da manhã, a notificação de e-mail chegou com um som curto e seco.
Ela não olhou de imediato.
Estava habituada a adiar tudo que lembrava Roma — tudo que lembrava quem ela fora antes de voltar.
Mas, depois de alguns minutos, abriu a mensagem.
"Cara Mila,"
"Espero que esteja bem. Estamos com um projeto novo de grande porte e seu nome foi o primeiro que pensamos. Sei que você