O sábado amanheceu com céu claro e vento leve, o tipo de dia em que tudo parece mais possível.
Mila acordou sem despertador, abriu as janelas da sala, a porta da cozinha e deixou que a luz entrasse devagar.
O lago ao fundo refletia o azul suave da manhã, e por um instante ela ficou só observando, como se quisesse guardar aquele silêncio limpo dentro do peito.
Tinha combinado com Blerim que iriam até o vilarejo vizinho procurar móveis para o pátio.
A ideia de sair da rotina começava a parecer menos incômoda e mais empolgante.
Não era apenas sobre comprar uma mesa ou cadeiras — era sobre imaginar o que podia vir depois.
Colocou uma blusa leve, prendeu o cabelo num coque alto e, antes de sair, dobrou a lista com as medidas que anotara no caderno.
Passou um perfume suave, sem pensar muito. Só queria sentir que estava presente no próprio corpo.
Às nove e quinze, ouviu o carro estacionando em frente ao portão.
O coração bateu mais rápido — não por nervosismo, mas por expectativa.
Era difere