Mundo de ficçãoIniciar sessãoO que acontece quando escuridão escolhe amar a luz? Desde o nascimento, Zayden Valack carrega algo que nenhum vampiro deveria ter, um poder antigo, indestrutível e indomável que o consome por dentro. Seu coração é dividido em metade chamas incessantes, e metade escuridão insidiosa. Ele é o herdeiro amaldiçoado de um reino erguido sobre sangue e segredos. Na Academia Uperside, onde os sobrenaturais são moldados para governar, Zayden é temido, desejado e aclamado por todos. Mas nada disso é o abala. Só uma coisa que o perturba; a presença de Neréia Renault, a bruxa que cresceu ao seu lado e agora o desafia com olhar silencioso, seu cheiro viciante e com cada respiração contida. Ela não sabe o que provoca em Zayden, mas o ama em segredo. Ele daria qualquer coisa para não sentir o que sente por ela. Entre eles há algo muito mais perigoso do que desejo. Uma ligação forjada por forças que nem os deuses ousam nomear. Quando um eclipse cobre o céu, o fogo dentro de Zayden desperta imperando sobre tudo, e o destino que ele tanto negou o obriga a marcar Neréia com um selo que nem ele compreende. A partir desse instante, os dois passam a dividir uma chama que os atrai e os destrói. A Academia começa a ressoar sob o peso de uma energia misteriosa, e novas presenças chegam, envoltas em charme e perigo, determinadas a possuir o que dorme dentro da bruxa. Enquanto o passado e o presente colidem, Zayden precisará escolher entre o monstro escuro que o domina e as chamas da verdade que elegeram Neréia como sua, antes mesmo que existissem. Aguns amores não foram feitos para salvar. Eles foram feitos para queimar! 🔥
Ler maisAs cores do entardecer desapareciam pela fresta das cortinas pesadas que cobriam as janelas. Em breve, a única luz dentro dessa torre alta, viria da prata do luar.
Quanto tempo faz que estou presa aqui?
Alguns dias, talvez mais de uma semana...
Deixei de contar há algum tempo.
Ninguém poderia me livrar dele agora. Ninguém sabia onde eu estava, e para todos, minha vida seguia normalmente, estudando muito como sempre fiz. As poucas pessoas próximas a mim, acreditavam que nesse momento eu estava acampando com o clube de astrologia do segundo período da Academia Uperside.
Um lugar onde somente a elite sobrenatural poderia ter acesso, e eu, mesmo não sendo de sangue real, era uma das privilegiadas alunas.
Me mexi na cama, mais uma vez desconfortável com o jeito em que minha saia do uniforme havia subido, revelando minhas pernas e coxas. Não queria que ele visse parte alguma do meu corpo, isso só me colocaria em uma situação ainda pior.
As lágrimas inundaram meus olhos novamente, quando mais uma vez tentei me livras das grossas correntes de prata, que aprisionavam meus pulsos na cabeceira da cama, e meus tornozelos na outra extremidade.
O travesseiro impregnado com o cheiro dele, ficou molhado com o meu choro novamente. Minha mente já tinha percorrido esse caminho diversas vezes, desde que Zayden Valack, havia me aprisionado nessa torre de seus aposentos particulares na Uperside.
Eu sempre me perguntava como chegamos a esse ponto, e como o garoto gentil e calado, se tornou esse monstro arrogante, malicioso, frio e cruel.
Mas não havia resposta para nenhuma das minhas perguntas. Minhas lagrimas se entrecortaram com os meus soluços. Zayden nunca se importou com nenhuma delas.
Nos conhecemos desde crianças, crescemos juntos.
Blake, a irmã gêmea de Zayden, é a minha única amiga, e mesmo assim, em certo ponto de nossa convivência ele passou a me tratar como se eu fosse uma criatura digna somente de sua crueldade e intimidação constante.
E pensar que eu esperava que um dia me notasse como a garota que sou, que ele me visse além de sua amiga de infância, além da filha François Renault, o melhor amigo do poderoso Rei dos Vampiros, o pai de Zayden.
Entretanto, ele nunca me viu assim. Na verdade ele me via como uma praga, e até o nome que me chamava era um indicativo do quanto Zayden me desprezava. O apelido que que ele me deu, era rata. Isso mesmo, um roedor nojento e asqueroso.
O som de passos firmes subindo os degraus de pedra, me fizeram estremecer.
O que ele estava fazendo aqui tão cedo?!
Ele não voltava a torre antes da meia noite. Zayden era ocupado demais para desperdiçar seu tempo com ela. Ele era o rosto perfeito da nobreza sobrenatural. Não havia lugar onde fosse, em que não estivesse cercado de pelos outros subs(sobrenaturais). E os pobres humanos, ficavam sob seu Controle, assim que ele adentrava qualquer ambiente.
Então por que ele estava aqui agora?!
Senti meu corpo se retrair, se encolhendo na cama gelada. Meu estômago se revirou em náusea, eu não queria mais vê-lo. Não depois que vi o que ele se tornou de verdade, e o que ele fazia com Anabel, sua namorada vampira, de pouco mais de dezesseis anos.
Me recriminei novamente por ter seguido os sons que ouvi as margens da floresta proibida. Agora, estava presa nesse lugar, porque vi e ouvi o que não devia, e todas vezes que o ouvia subir as escadas, meu coração quase parava de medo.
Os passos pararam diante da porta, e o ranger da fechadura me arrepiaram inteira. Sua presença atraente ao ponto de oprimir qualquer ser vivo, e sua aura intimidadora preencheram o ambiente antes mesmo que eu pudesse ver seus cabelos prateados, cortados em um corte moderno, e seu físico enorme se projetar na minha direção.
O brilho laranja flamejante de seus olhos, iluminaram o sorriso sarcástico nos lábios róseos e cheios, perfeitos no rosto anguloso.
Zayden caminhou silenciosamente até mim.
- Você sabia que em determinado ponto da história da revolução francesa... – ele cruzou os braços na frente de seu tórax forte, musculoso demais para sua idade. - ...ratos eram usados para levar informações privilegiadas para a inteligência francesa?
O tom era sádico, ácido e provocativo. A analogia era óbvia. Eu sou o rato que foi pego no lugar errado e agora serei punida por saber o que não devia.
- Zay... – Tentei apelar de novo para qualquer resquício de afeto ou consideração entre nós. Meus pais ficariam desolados se soubessem o que ele estava fazendo comigo. Eles amavam os gêmeos, eles lutaram por eles, para protege-los. – Por favor... eu... não vou contar nada a ninguém, muito menos para Blake ou seus pais. Eu juro...
- Já disse que essas tentativas ridículas não funcionariam, ratinha. – Zyden se inclinou em minha direção, seu corpo enorme parecia engolir minha figura trêmula na cama.
- Eu não vou contar nada.. eu juro que nunca vou contar a ninguém o que eu vi, eu ..... não vi nada, Zay!
- Shiiiiii.. – ele me interrompeu colocando seu indicador em meus lábios trêmulos. – E quem disse que estou preocupado se você vai ou não contar o que pensa que sabe sobre mim?
- Então me.. me solte... por favor, Zayden... – supliquei entre lágrimas.
Me mexi, tentando me afastar do toque dele na minha boca.
Quanto mais Zayden me tocasse, mais perigoso se tornava para mim. Há alguns anos, algo mudou dentro de mim todas as vezes que eu me aproximava dele, como uma força imperativa que me atraia para ele. Se eu fechasse os olhos, podia ver o centro de seu coração em chamas, e ele me aquecia como se uma magia poderosa nos abraçasse.
Não sei se é isso que significa encontrar seu companheiro. Mas até o cheiro de Zay, estava impregnado dentro de mim, como a madeira do carvalho branco crepitando no fogo ancestral.
Eu pedia a deusa desde então que ele não fosse meu companheiro. Até estava encontrar alguém, mas ninguém me fazia sentir aquilo. Nem mesmo meu querido Kael. Um Silver Wolf de sangue alfa que me acolheu carinhosamente assim que cheguei a Uperside.
Kael e eu estamos tentando nos aproximar, ele é bem paciente comigo.
Mas agora, eu me meti nessa situação com Zayden, e estou presa a um vampiro que não se importava com nada e nem ninguém. Um ser que parecia ter um lado tão obscuro quanto as trevas que tangiam os segredos que os pais dele guardavam a sete chaves.
Os dedos dele seguraram o meu queixo me mantendo no lugar, minha pele se aqueceu, instintivamente reagindo ao seu toque, contra a minha vontade. Eu pensei em Kael, em seu rosto moreno, seu sorriso bonito.... eu não posso me render a esse poder que Zayden tem sobre mim. Não deve sentir isso! É errado e destrutivo!
- Pare... por favor... Não me toque! – eu pedi desesperada.
- Por que? – ele perguntou, com um sorriso demoníaco, se inclinando ainda mais sobre mim. – Porque vai sentir tesão? Porque... – seu indicador desceu em direção a minha garganta, descendo cada vez mais.
Engoli em seco, meu coração galopando descontroladamente sob seu toque. Os dedos dele desceram até o meu decote, dedilhando os botões da minha camisa que mantinham meus seios longe de suas vistas perversas.
- Zayden! Não faz isso! - supliquei. – Nossas famílias... pense neles... A Blake...POR FAVOR!
O som de sua garra cortando os primeiros botões, me paralisaram. Ele não tinha a menor intensão de me deixar ir, e se continuasse, poderia sentir o que lutei por tanto tempo para esconder. Que ele, que sempre me desprezou e diminuiu, poderia ser o meu companheiro destinado.
- Achou mesmo que eu não sabia que você ficava...quente perto de mim? – ele perguntou com sarcasmo. – Espero que não tenha dado esperanças falsas aquele lobo esquisito que te segue por aí.
Com um movimento, suas garras abriram totalmente minha camisa, expondo meu corpo a pressão do dele, quando me cobriu com força.
Seus olhos eram como tochas em chamas, iluminando tudo a nossa volta. Senti meu peito doer com o que eu via em sua expressão.
Ele sabia de seu efeito sobre mim.
Sabia que me atingia com seu colar, com sua força poderosa de poder, e mesmo assim, o que ele queria era me punir, me humilhar ainda mais. Eu não tinha dúvidas de que ele usaria isso contra mim.
- Tenho que admitir que esperava que você viesse até mim mais cedo. – ele disse arrancando a própria camisa, revelando seu tórax marcado pela chama negra do lado esquerdo do seu peito. – Mas você demorou demais, e tive que arrumar um jeito de te fazer rastejar para a minha cama, como a rata que você é!
- Zayden...isso não é você. É o Absinto, eu posso sentir que... - choraminguei, quando suas mãos seguraram o meu rosto com força.
Uma risada cruel cortou o ar.
- E quem você acha que criou essa técnica maravilhosa de “beber” os poderes de outro sub (sobrenaturais), chamada Absinto?
Não era verdade... Não podia ser.
Ele era nobre, um filho da profecia de Ahal... Como ele pode?! Fechei os olhos firmemente, eu não queria mais vê-lo, eu já sabia o que ele faria comigo. Se ele era o criador oculto do Absinto, eu não era nada para ele.
Sou uma bruxa sem poderes, tudo o que tenho é a energia dos meus pais que me protegem de magia corrompida. Eu serei drenada rapidamente por Zayden e deixada em alguma parte escusa da floresta.
- Não se preocupe, Neréia. –Ele se livrou do restante das minhas roupas, e rasgou completamente as dele. – Afetada pelo meu poder como você está, acho até que vai gostar, e gritar por mais!
As folhas alaranjadas caiam dos galhos das árvores, se amontoando em uma pilha de vários tons quentes, contrastando com a grama ainda verde.Olhei para os calouros lá embaixo, rindo empolgados com o próximo festival de outono, e os invejei secretamente.Dois dias se passaram, e eu ainda não consegui me livrar das marcas externas que ficaram no meu corpo. Não consegui ir a aula. Temi encontra-lo e simplesmente desmaiar de medo ou de nervoso.Pior do que o hematoma em meu pescoço, eram os meus sentimentos.Blake veio ao meu quarto duas vezes, mas eu não tive coragem de recebe-la. Fiquei em silencio até ela ir embora, mesmo sabendo que eu estava lá dentro. Ela era uma hibrida e podia sentir o meu cheiro.Apertei a manta peluciada contra meu corpo magro, me encolhendo na poltrona verde musgo perto da janela. A lareira estava acesa, meu ciclo tinha acabado, e mesmo assim eu me sentia gelada, como se fosse incapaz de me aquecer novamente.Sabia que precisava sair dessa, e parar de chorar, m
A asfixia foi me deixando tonta.Ele nunca tinha feito isso, o máximo que fez fisicamente, foi me pressionar contra paredes, ou me arrastar pelo pulso. Minhas lagrimas irromperam, mesmo que Zayden estivesse me sufocando e seus olhos brilhassem em ódio líquido, meu coração batia disparado, inebriado pelo toque e pelo calor de sua presença.- Vou te perguntar só uma vez, sua rata maldita. – Ele sibilou. – Você e acasalou com aquele cachorro nojento?Busquei o ar e uma forma de falar, para que ele me soltasse. Mas o aperto de Zay, sua força estava esmagando minha traqueia. Minha cabeça ficou dormente, e eu fechei os olhos com força para evitar que novas lágrimas caíssem. Não queria que ele me visse chorar.- Não vai responder?! – a voz de Zayden ficou mais grossa, mais profunda, e encantadoramente melódica, seus olhos ficaram mais vívidos e as chamas contidas dentro deles cintilaram em vermelho e laranja incandescente.O toque de sua mão livre se enveredou por baixo de minha saia, com um
Quando as aulas acabaram, eu mal podia esperar para correr para os dormitórios das bruxas. Estava cansada do jeito que olhavam para mim, e só queria tomar um banho e me enfiar embaixo das cobertas.Por algum motivo desconhecido, a cada ciclo, meu calor corporal desaparecia, e um frio intenso me tomava.- Você está quase batendo o queixo. – Kael me disse, passando o braço sobre os meus ombros. – Precisa que eu te esquente de novo, ruiva?Teve sorte de ter um amigo lobisomem, que era uma fonte de calor inesgotável, e estava sempre disposto abraça-la nesses dias. Mas hoje, ela queria ficar sozinha, um cobertor térmico poderia aliviar aquela sensação gelada.Além disso, por alguma razão, sentia que estava sendo injusta com ele. Não era certo fazer alguém ficar do seu lado dessa maneira, sem sentir nenhum sentimento, ou algo mais. Ele era atraente, e admitia que o quase beijo que deram, também poderia ser bom. Mas e depois...- Neréia? – ele chamou, olhando para baixo enquanto caminhavam.
Neréia O som dos meus passos rápidos no caminho de pedra que levava até o outro lado do pavilhão leste, se fundia as batidas frenéticas do meu coração.Todas vezes que passava por Zay e Anabel, era assim que me sentia, como se uma mão de ferro esmagasse meu coração. O grupo de veteranos se aglomeravam em volta dele, e de Blake. Eles faziam parte de um seleto reduto de alunos populares, que se destacavam em diversas atribuições de Uperside.Quando cheguei na academia, tive a ilusão de ser parte deles, mas percebi que eu não me encaixava e não era bem vinda. Eu não sou descolada e estilosa, não sou um prodígio nos esportes para subs, e muito menos uso magia.Na verdade, eles me consideravam uma fracassada, uma vergonha para as poucas bruxas que estudavam ali. Abaixei a cabeça, puxando o capuz aveludado verde floresta que fazia parte do uniforme da minha divisão. Cada espécie de sub usava uma capa de cor diferente.Verde para as bruxas.Cinza para os lobisomens.Vermelho para os híbrid
As cores do entardecer desapareciam pela fresta das cortinas pesadas que cobriam as janelas. Em breve, a única luz dentro dessa torre alta, viria da prata do luar.Quanto tempo faz que estou presa aqui?Alguns dias, talvez mais de uma semana...Deixei de contar há algum tempo.Ninguém poderia me livrar dele agora. Ninguém sabia onde eu estava, e para todos, minha vida seguia normalmente, estudando muito como sempre fiz. As poucas pessoas próximas a mim, acreditavam que nesse momento eu estava acampando com o clube de astrologia do segundo período da Academia Uperside.Um lugar onde somente a elite sobrenatural poderia ter acesso, e eu, mesmo não sendo de sangue real, era uma das privilegiadas alunas.Me mexi na cama, mais uma vez desconfortável com o jeito em que minha saia do uniforme havia subido, revelando minhas pernas e coxas. Não queria que ele visse parte alguma do meu corpo, isso só me colocaria em uma situação ainda pior.As lágrimas inundaram meus olhos novamente, quando mai





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