Chamas Incandescentes

A asfixia foi me deixando tonta.

Ele nunca tinha feito isso, o máximo que fez fisicamente, foi me pressionar contra paredes, ou me arrastar pelo pulso. Minhas lagrimas irromperam, mesmo que Zayden estivesse me sufocando e seus olhos brilhassem em ódio líquido, meu coração batia disparado, inebriado pelo toque e pelo calor de sua presença.

- Vou te perguntar só uma vez, sua rata maldita. – Ele sibilou. – Você e acasalou com aquele cachorro nojento?

Busquei o ar e uma forma de falar, para que ele me soltasse. Mas o aperto de Zay, sua força estava esmagando minha traqueia. Minha cabeça ficou dormente, e eu fechei os olhos com força para evitar que novas lágrimas caíssem. Não queria que ele me visse chorar.

- Não vai responder?! – a voz de Zayden ficou mais grossa, mais profunda, e encantadoramente melódica, seus olhos ficaram mais vívidos e as chamas contidas dentro deles cintilaram em vermelho e laranja incandescente.

O toque de sua mão livre se enveredou por baixo de minha saia, com uma suavidade e gentileza que me desnorteou completamente. Era uma contradição extrema, uma anomalia, entre a mão que me estrangulava e a outra se trilhava um caminho sinuoso até a minha intimidade.

A respiração de Zydem ofegava em meu rosto, sua expressão cruel, estava fixa em mim, mas a voz dele era diferente de tudo que já ouvi. Ele nunca falou comigo com aquela entonação, era como se outro ser falasse através dele.

Dedos quentes afastaram minha calcinha para o lado, e lentamente deslizou em minha fenda, subindo e descendo.

- Solte-a, não queremos que ela desmaie. – aquela voz ressoou pelo quarto, sem que a boca de Zay se movesse.

O aperto afrouxou imediatamente, mas ele não me soltou. Seus dedos provocavam minha intimidade, um tremor violento me tomou. A vergonha, o constrangimento fizeram meus olhos o encararam, transbordando.

Zayden não se importou.

Um de seus dedos me penetrou, e eu ofeguei de dor. O cheiro do meu sangue se misturou ao dele. A pressão contra o meu corpo aumentou, e ele segurou meu queixo com a mão livre, mantendo meus olhos presos ao dele. Tentei virar o rosto, eu não queria olhar para o rosto dele, não mais.

- Prove! – a voz ressoou novamente, astuta, maliciosa e melódica.

Ele retirou sua mão do meu sexo, e a levou a boca. Chocada, o vi levar o indicado ensanguentado pela minha menstruação, a boca.

Não era possível que isso estava acontecendo, senti minhas pernas fraquejarem, os soluços me balançarem, enquanto Zayden sugava cada partícula que impregnava sua mão.

- Teve sorte, ratinha. – Ele disse, sua voz grossa, lambendo minhas lágrimas. – Apesar de te odiar, não quero que a minha irmã ande com uma vadiazinha que rola na cama com um cachorro sarnento. É bom que não cometa essa estupidez.

Ele se afastou bruscamente, e meu corpo cedeu no chão. Nunca me senti tão humilhada na minha vida.

O vi sair pela porta da frente, o burburinho alvoroçado das garotas acompanhavam seus passos, até desaparecer no corredor.

Abracei os meus joelhos, deixando que minhas lágrimas fluíssem livremente. Me senti repugnante, imunda e patética. Como ele pode fazer aquilo comigo? Ele que esteve sempre ao meu lado, que sabia do quanto eu o admirava, e de como sempre apreciei nossa proximidade.

A umidade sob as minhas pernas me alarmou, me mexi e vi o sangue se espalhar na madeira polida do chão. Minha meia-calça estava toda rasgada e minha calcinha que continha o absorvente, continuava para o lado.

Me levantei devagar, era difícil engolir e tudo do meu tronco para cima estava doendo.

Arrumei minha roupa, minhas lágrimas não paravam. Ele fez aquilo só para me humilhar, tudo porque Blake me defendeu de sua perseguição na aula mais cedo. Me perguntava como a deusa pode permitir que eu me sentisse assim por Zayden.

Ele me odiava!

Peguei o esfregão no armário de limpeza e limpei o chão, assim que eu o guardei, meu celular tocou insistentemente. Quando olhei para tela, meu coração gelou.

Era só o que me faltava, uma chamada da minha mãe. Uma bruxa poderosa, que saberia tudo o que tinha acontecido antes mesmo que eu pudesse inventar uma desculpa para o meu possível sufocamento.

Peguei o celular como se ele queimasse minhas mãos.

A magia dos meus pais me protegia de coisas que poderia me matar, a qualquer risco iminente contra a minha vida, minha mãe sentia através do nosso vinculo familiar.

Ela devia estar muito preocupada agora.

Olhei no espelho, ensaiando um sorriso, pensei em coisas felizes. Sorvete na praia do lago com Blake, andar de bicicleta com Kael durante as compras de outono...

Tudo para evocar sensações de felicidade e alegria. Era isso ou minha mãe e possivelmente o meu pai, saberiam o que houve, e até o amanhecer estaria em Uperside.

- Olá, mamãe! – atendi com entusiasmo.

Meu rosto marcado pelas lágrimas, meus olhos vermelhos e as marcas das garras de Zayden no meu pescoço contavam outra história. Meu coração bateu dolorosamente, quando ouvi a voz carinhosa de Mercedes Renault, minha mãe. Nunca desejei tanto seu abraço, quanto nesse momento.

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