A casa estava em silêncio quando Rose saiu do banho.
O vapor ainda subia dos cabelos, e o cheiro suave do sabonete misturava-se ao de café vindo da cozinha. Vestia uma calça de moletom leve e uma camiseta antiga que Liz deixara sobre a cama.
Por um instante, ficou parada no corredor, observando as sombras do entardecer se espalharem pelas paredes.
O som distante de risadinhas infantis a guiou até a sala.
Liz estava sentada no sofá, o notebook no colo, enquanto Milla dormia encolhida ao lado, o cabelo em cachos grudando na testa suada. A luz do abajur criava um tom quente no ambiente — uma cena de paz que Rose não lembrava, mas sentiu como se tivesse voltado pra casa depois de séculos.
— Tá com cara de quem tá viva de novo — disse Liz, sorrindo sem levantar os olhos da tela.
Rose deu de ombros, indo até a cozinha.
— Nem tanto. Só com fome. — respondeu, abrindo os armários.
Os gestos saíam automáticos. Pegou o pão, o queijo, o presunto, a frigideira…
As mãos se moviam por instinto, os m