A música voltara a tocar, mas o salão ainda vibrava com o eco do escândalo.
Pedro Nascer beijara sua guarda-costas diante de ministros, jornalistas e acionistas — e ninguém sabia se aquilo fora coragem ou loucura.
Rose andava com passos medidos entre os convidados, sentindo os olhares pesarem nas costas.
O vestido azul prendia a atenção de todos, mas era o olhar de Pedro que a queimava por dentro.
Ele não fingia.
Cada vez que seus olhos se encontravam, ela via o mesmo aviso: não acabou.
No centro do salão, a orquestra retomava uma melodia suave.
O som dos violinos se misturava ao burburinho e às risadas nervosas.
Pedro ainda cumprimentava alguns empresários, o sorriso educado no rosto e o inferno nos olhos.
Quando ele percebeu Rose parada perto das cortinas, ergueu o copo e caminhou até ela com aquele jeito calmo de quem parece brincar com o próprio perigo.
— Você sumiu. — disse, aproximando-se.
— Tô tentando parecer profissional depois do espetáculo que você deu. — respondeu ela, sem