O primeiro raio de sol tocou o mar com delicadeza, como se o céu tivesse medo de acordar quem dormia.
O mundo ainda estava suspenso entre sonho e realidade, e o som das ondas batendo na areia era o único que ousava existir.
Rose abriu os olhos devagar.
O vento brincava com os fios do seu cabelo, e a pele ainda trazia o calor da noite anterior.
Pedro dormia ao lado dela, o corpo parcialmente coberto pela canga, o rosto relaxado como ela nunca tinha visto antes — leve, humano, bonito demais pro próprio bem.
Ela o observou por um tempo, em silêncio.
A brisa do mar fazia o peito dele subir devagar, e o som da respiração se misturava com o canto distante das gaivotas.
Rose estendeu a mão e traçou com a ponta dos dedos a linha do maxilar dele, o toque leve, quase uma carícia roubada.
Pedro se mexeu, a mão procurando por ela no reflexo do sono.
Quando encontrou, apertou de leve, como se o corpo soubesse que ela estava ali antes mesmo da consciência voltar.
— Bom dia… — a voz dele veio rouca,