O sol já entrava pelas frestas das cortinas quando Rose abriu os olhos.
O quarto estava mergulhado naquele tipo de luz que faz o tempo parecer preguiçoso — dourada, morna, quase silenciosa.
Pedro dormia ao lado, o braço jogado sobre a cintura dela, o corpo quente e sereno.
Ela ficou alguns segundos ali, observando o rosto dele — o homem que um dia foi missão, depois loucura, e agora era o lar.
Tentou se levantar devagar, mas o mundo girou.
Um enjoo súbito subiu, e ela precisou apoiar a mão na parede.
— Ugh… — murmurou, fechando os olhos.
Respirou fundo. “Nada demais”, pensou. “Deve ser o jantar de ontem.”
Foi até o banheiro, lavou o rosto e prendeu o cabelo num coque apressado.
Quando se olhou no espelho, reparou que estava pálida, mas havia algo diferente — uma leveza no olhar, uma calma que não sabia de onde vinha.
Pedro apareceu na porta, com o cabelo desgrenhado e aquele sorriso sonolento que sempre a desmontava.
— Bom dia, senhora Nascer. — a voz rouca ainda carregava o sono. — D