Rose passou a manhã inteira encarando o monitor.
Os relatórios piscavam, os e-mails chegavam, mas nada fazia sentido.
O café esfriava ao lado da pilha de papéis, e o relógio parecia zombar dela a cada segundo que passava.
Pedro não aparecera.
Nem um bom-dia, nem uma mensagem, nem o som dos passos dele no corredor.
O escritório estava cheio, mas vazio.
Respirou fundo e fechou o notebook.
O coração, cansado de esperar respostas, sussurrou o que a razão já sabia:
era hora de ir.
Levantou-se devagar, tirou o crachá do pescoço e o colocou sobre a mesa.
Por um segundo, ficou olhando aquele pequeno retângulo de plástico — símbolo de tudo o que construiu e do quanto se doou.
Mas, de repente, parecia apenas um peso morto.
Pegou a bolsa, respirou fundo e atravessou o corredor.
Os funcionários a cumprimentavam, mas ela quase não via ninguém.
A mente rodava entre lembranças, promessas e a imagem dele indo embora sem se explicar.
Na porta do elevador, o celular vibrou.
Pedro Nascer.
O coração dela