Capítulo. 35 – Linhas Cruzadas (parte 2)
Ele sorriu, mas não o suficiente para aliviar meu peito. Por um momento, ficamos perto demais. Nada aconteceu: meu pulso desacelerou no ritmo da respiração dele; meus ombros relaxaram meio centímetro quando o braço dele encostou de leve no meu. Eu devia me afastar. Não me afastei.
— Precisamos falar com a revista — Vanessa interrompeu pelo lado, eficiente como sempre. — Eles querem uma entrevista gravada. Agora.
— Eu vou — respondi, automática.
— Eu vou junto — Enzo acrescentou, automático também.
— Não precisa — falei, num reflexo que doeu. Eu sabia por quê: cada imagem ao lado dele era gasolina em qualquer fogo que Chiara quisesse acender. — Eu faço.
Ele mediu meu rosto como se tivesse ouvido o pensamento exato.
— Tudo bem — disse. — Mas eu fico na sala ao lado.
Fui conduzida ao estúdio improvisado. O jornalista técnico estava animado. Amava gráficos. Amava derrubar boatos com termos chatos. Me fez perguntas boas. E, no meio da entrevista, quando uma notificação apareceu no monitor d