Uma semana.
Foi o tempo que levou para Bellagio parecer mais casa do que qualquer outro lugar que eu já tivesse conhecido.
O lago refletia o céu de manhã e os sinos da igreja marcavam as horas com uma precisão poética. A cada toque, eu tinha a sensação de que o destino estava pontuando nossa história, como se dissesse: respirem, está tudo certo agora.
Durante os primeiros dias, Enzo fez questão de me mostrar tudo, as colinas cobertas de oliveiras, o mercado na praça, o pequeno café onde o avô dele se reunia com os amigos para jogar cartas.
— A família Bellini começou vendendo vinho e acabou vendendo poder — disse, em uma dessas manhãs. — Eu prefiro acreditar que foi o vinho que nos salvou.
— E não o poder? — perguntei, rindo.
— O poder só compra medo. O vinho, às vezes, compra sorrisos.
As ruas eram uma pintura viva: muros de pedra cobertos de hera, roupas penduradas nas janelas, cheiro de pão e terra molhada. Santino corria à frente, o boné quase caindo dos cabelos e o riso ecoando