A manhã correu com coisas que eu amo: gráficos que fazem sentido, um protótipo que finalmente rodou sem travar, o e-mail de uma ONG confirmando parceria no piloto do nosso sensor de qualidade da água. Entre um item e outro, mensagens do grupo “Família” que Enzo criou: ele, eu, Santino e três figurinhas do carrinho de ferro.
Às duas e vinte e cinco, cruzamos a rua da escola com pressa. Enzo carregava uma sacola com um dinossaurinho de borracha “para premiar cientistas que fazem vulcões no laboratório”. Eu disse que ele estava exagerando. Ele disse que era investimento no futuro.
A apresentação foi caótica e perfeita. Crianças gritando “explode!”, espuma para todos os lados, uma professora paciente com olhos de santa. Santino encontrou a gente na primeira fileira e fez o gesto secreto dele de “consegui”. Eu quase levantei para aplaudir de pé. Enzo bateu palmas sério, como quem assiste a uma tese de doutorado.
— Mamãe, você viu? — Santi correu até mim no final.
— Vi. E quase fugi do p