Capítulo. 32 — Campo minado
A safe house não parece casa. Paredes de concreto liso, janelas blindadas, corredores curtos. Cheiro de produto de limpeza e metal. Enzo diz que é “temporário”. Vanessa vem até nosso encontro para nos ajudar a entender melhor o que está acontecendo.
— Sequestrada com café, amei — Vanessa comenta ao entrar, examinando o ambiente como quem está num Airbnb apocalíptico. — Tem wi-fi? Porque eu só lido bem com crises se consigo enviar e-mails.
— Tem — responde um dos homens de Enzo, abrindo a porta de um quarto duplo. Duas camas, lençóis cinza, zero personalidade.
Enzo aponta as áreas: sala central, cozinha funcional, escritório com monitores, dois quartos. Os homens dele obedecem sem perguntar. É um tipo de poder que me assusta um pouco.
— Você sabe que não pode me colocar num bunker sem questionar meu consentimento. — Digo, apoiando a mochila na cama.
— Eu sou o muro entre você e quem tá ameaçando seu filho — ele devolve, direto. — Se preferir, amanhã podemos conversar mais sobre isso.
—