Capítulo. 31 — Termos e condições (não negociáveis)
A cozinha de Enzo às 3h17 parece um laboratório clínico: bancada impecável, luz fria, duas canecas de camomila que só ocupam espaço. Eu puxo um bloco de notas, caço uma caneta, e começo a escrever. Se eu não posso controlar o mundo lá fora, eu pelo menos tento colocar regras nele.
— Você vai rir — digo, puxando a folha para o centro —, mas precisamos de um acordo.
— Impossível eu rir às três da manhã. — Enzo encosta no batente, braços cruzados, mangas arregaçadas. Ele ocupa a porta como se o apartamento fosse uma extensão do corpo.
— Ótimo, menos interrupções. — Alinho a caneta com o topo do papel. — Cláusula um: rotas alternadas. Ninguém repete caminho por sete dias seguidos. Cláusula dois: motorista trocado diariamente; se o motorista espirrar diferente, troca na hora. Cláusula três: escolta discreta. Eu não quero o Santino perceba.
— Fechamos as três. — Responde sem hesitar.
— Cláusula quatro: transparência total sobre medidas tomadas em nosso nome. Se você mandar alguém a mais par