Ele sacou o celular e passou o dedo na tela sem olhar. Eu não sabia se era um tic de ansiedade ou uma forma de me dar tempo.
— Eu não vou me aproximar dele sem você — disse, por fim. — Não hoje. — A pausa pesou. — Mas isso vai acontecer. Você pode escolher o como. Não pode impedir o quando.
— Eu posso tentar.
— E eu posso ser mais teimoso do que você imagina.
— Disso eu nunca duvidei.
Um canto da boca dele ameaçou um sorriso e morreu heróico. Ele deu um passo atrás, como se estivesse se segurando com as duas mãos. Eu aproveitei a folga microscópica e respirei.
— Uma pergunta — disse, quase num fio. — E se… e se ele não fosse seu?
— Mas ele é. — Zero hesitação. — E não tem mais como você dizer o contrário.
Fiquei quieta. O mundo parecia inclinado, como se uma parte da gravidade tivesse mudado de lado. Ele me observava como quem não tinha pressa de perder.
— Luna, escuta. — A voz dele baixou mais. — Eu não vou expor seu filho. Não vou aparecer na escola como um maluco. Eu vou fazer do j