Se pânico tivesse som, o meu seria o do sangue batendo no ouvido, alto e insistente. Eu tentava alinhar frases; o cérebro me devolvia um relatório em branco com um post-it torto: “volto depois”.
Ele continuava na porta, imóvel. Blazer aberto, respiração controlada, olhos em mim como se eu fosse um problema com uma única solução possível.
— Você tem um filho — repetiu, sem ironia nem raiva. — E eu preciso saber se faço parte disso.
Agarrei a beirada da mesa para não dar um passo atrás. Minha voz saiu mais fina do que eu queria.
— Minha vida pessoal não diz respeito à empresa.
— Diz quando i