Acordei com a sensação de que alguém tinha mexido no meu travesseiro e reorganizado os meus neurônios por ordem de pânico. O que é uma maneira dramática de dizer: dormi mal e tive uns sonhos loucos. Tomei banho, vesti um vestido simples, blazer, rabo de cavalo alto, e fui para o escritório com o estômago de quem tomou café e ansiedade na mesma caneca.
Vanessa já me esperava com duas canetas marca-texto e o olhar que ela usa quando nota que eu vou fingir que está tudo ótimo.
— Bom dia, CEO da minha vida — ela disse, empurrando um copo de café para mim. — Escala do dia já está na sua mesa. Pronta?
— Se “pronta” incluir suor nas mãos e vontade de me esconder numa caixa de servidor, sim.
Ela me estudou por dois segundos.
— Você não dormiu. Tá bem óbvio.
— Dormir é um conceito ambicioso ultimamente. Eu fecho os olhos e vem um turbilhão de coisas.
— Tá. — Vanessa respirou. — Foco. Conselho às nove. Chiara e os Ferretti confirmados. Tudo bem?
— Tudo bem.
Às 8h52, a sala de reuniões estava c